sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Brasil é o 5º país mais perigoso do mundo para jornalistas






"Setembro negro": é como o INSI (International News Safety Institute) define em seu mais recente relatório a situação de jornalistas que realizam coberturas em situações de risco no último mês. Em todo o mundo, foram contabilizadas 13 mortes relacionadas ao exercício da profissão - uma morte quase a cada dois dias de setembro.

Pelo menos 99 jornalistas e outros profissionais de mídia foram mortos em 2012 no exercício de suas atividades, segundo o INSI. O número já supera o registrado até o final de outubro de 2011. Sete das mortes ocorreram no Brasil, que ocupa a posição de 5º país mais perigoso para jornalistas no ranking da instituição.Formação de treinadores brasileiros em segurança

Com o objetivo de melhorar esse preocupante status, o INSI oferece, com apoio da Abraji, um curso intensivo de dez dias (de 29 de outubro a 10 de novembro) para formação de um time de treinadores brasileiros. Este treinamento será realizado no Rio de Janeiro com financiamento da Embaixada Britânica no Brasil, por meio do Fundo de Direitos Humanos e Diplomacia, e apoio do Sindicato dos Jornalistas do Rio e do Sindicato das Empresas de Radiodifusão no Estado do Rio de Janeiro.

A proposta é capacitar profissionais da imprensa a ministrar, no futuro, cursos sobre segurança para atuação em áreas de risco semelhantes aos oferecidos pelo INSI em diversos países do mundo - no Brasil, o mais recente aconteceu no final de agosto deste ano. 

A formação de treinadores garante a transmissão, no país, de conhecimentos como técnicas para evitar multidões e proteger-se de eventuais disparos, além de noções sobre funcionamento e uso de equipamentos de segurança. Trata-se de um importante legado para a promoção da segurança de jornalistas no Brasil.Serão 12 participantes, já selecionados dentre os 45 profissionais que passaram pela etapa anterior do treinamento, em agosto. Além da equipe que vai para as ruas, o grupo inclui produtores e jornalistas em cargo de chefia.

Os treinamentos refletem a dedicação da Abraji a melhorar o jornalismo no Brasil e a preocupação pela boa condição de trabalho dos jornalistas desde sua criação, em resposta ao assassinato do jornalista Tim Lopes em 2002. Já o INSI busca garantir a segurança de todos os profissionais da mídia noticiosa.

As duas entidades firmaram uma parceria em 2011 para atuação conjunta no Brasil, e proximamente será lançado o capítulo brasileiro do INSI.

O Sindicato dos Jornalistas do Rio e do Sindicato das Empresas de Radiodifusão no Estado do Rio de Janeiro também apoiam a iniciativa.

Fonte: Abraji

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